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A Chave da Alquimia
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A Chave da Alquimia

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A Chave da Alquimia, Autor(es): Paracelso

Observações: Livro com defeito na parte inferior (corte na capa), não afeta a leitura. Páginas ligeiramente amareladas pela ação do tempo.

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O perfil psicológico deste homem gigantesco é essencialmente o de um apaixonado, grande rebelde e grande curioso. “O saber não está armazenado em um só lugar, mas disperso por toda a superfície da terra”, dizia, fundando o sagrado e necessário universalismo da verdadeira ciência, pela qual, apesar de todas as vicissitudes passadas, atuais e futuras, o homem acaba sentindo que a vida não é uma viagem inútil e que ele pode verdadeiramente ter sido criado à imagem e semelhança do Criador. A ânsia de conhecer de Paracelso, sua obsessão em combater a mentira, o empirismo, e charlatanismo, e a linguagem rígida de classe, aproximando-se dos doentes e dos pobres „ antes que eles batessem à sua porta, como era costume dos seus empoados colegas, o definem como um homem aferrado à razão justa das coisas. Por sua vez não esperava gratidão dos seus contemporâneos. E se voltou para o povo, ensinando-lhe a medicina em sua própria linguagem vulgar para grande escândalo “dos contempladores de urina e dos acadêmicos”, como costumava dizer. O apelido de “Lutero da medicina” que acabou ganhando, tem um fundo de verdade e o define com todo o direito e honra como o promotor da grande revolução científica do século 16. Um viajante estudioso e atento, um fustigador sem medo das coisas erradas do seu tempo, um homem voltado de todo o coração para o povo a ponto de ter sido chamado “o médico dos pobres”, e sobretudo um revolucionário por uma exigência de consciência, em meio a um século eminentemente aristocrático: assim foi Paracelso. Seu extraordinário grau de observação o levou a substituir os velhos princípios da terapêutica em uso por uma nova arte fundada num conhecimento mais exato do homem, considerado como uma parte do universo e cujas leis não poderia escapar. Assim criou seu princípio do homem como microcosmo, dentro da grande ordem superior, o macrocosmos. O princípio vital foi chamado por ele de “elemento misterioso, ignoto ou arcano”, cuja ação, espontaneamente favorável, devia ser favorecida com a manutenção do doente em uma higiénica expectativa, desenterrando o velho aforismo de primum non nócere com calmantes — como o láudano —, dietas e cantáridas, e a proscrição de vomitórios, sangrias e demais medicações violentas tão estimadas pelos galenistas. E não há dúvida de que obtinha assim curas retumbantes. Uma alquimia de uma dignidade toda especial, antecessora venerável e honesta — ainda que um tanto pitoresca, como é natural — da atual química biológica, foi outra arte sua que muitos aperfeiçoaram e racionalizaram depois, sem que pudessem suprimi-la da essência dos conhecimentos médicos. Quando Claude Bernard disse, séculos depois, “que os venenos eram os melhores escalpelos para se aprofundar no estudo da fisiologia dos órgãos”, não estava senão endossando para a posteridade um dos postulados de Paracelso. Além disso, sua obra vastíssima encerra todos os extremos da medicina conhecida naquela época. Entre eles contam-se numerosos tratados sobre a sífilis, a peste, a doença dos mineiros, as epidemias, as enfermidades produzidas pelo tártaro, os livros de prática, a arte de receitas, as análises químicas, influências dos astros, a cirurgia, o livro das ervas, dos minerais e das pedras, a matriz, as feridas abertas e as chagas, a preparação do eléboro, as úlceras dos olhos e o mal chamado glaucoma, os princípios ativos que se obtém para a trituração dos remédios, e, principalmente, seu “tratado contra as imposturas dos médicos”, para não falar dos “dicionários” que a sua nomenclatura especial e diferente exigiu. Mas ainda serão precisos muitos anos de cuidadosos estudos para trazer à luz da verdade a grande quantidade de feitos justos, verdades irrefutáveis, e a diversidade de estupendos vislumbres que seu, gênio precursor sentiu. E tudo isso que ele escreveu pôde atravessar os séculos, quase intocável, apesar das cargas invejosas dos seus colegas, graças ao seu estilo quase incompreensível, cheio de mistérios e neologismos extravagantes. Mas isso também foi o culpado pelos apelidos que ganhou de mago, astrólogo e louco consumado, dos seus imediatos sucessores. Aquela época estranha do século 16 não podia ficar de todo alheia à sua personalidade. Neste ponto Paracelso sucumbiu ao peso da exaltação mística, escolástica e quiromântica do meio. Mas contra tudo isso ele se debateu da melhor maneira possível, usando seu juízo excepcional, sua indubitável veia poética e seu magnífico senso de humor. E por mais de uma vez recorreu a essas habilidades para não ser acusado de herege. Uma acusação das mais inquietantes que atingiu naquela época muitos homens que hoje chamaríamos de intelectuais liberais. Mas Paracelso, apesar de todos os erros c aberrações da época, que como ramagens escondiam e empanavam seus esplêndidos frutos, deixou de ser o ocultista ilegível e tenebroso conforme o viam seus inimigos contemporâneos. E hoje, sem nenhuma dúvida, ele é considerado um clássico: fundador da terapêutica moderna e semeador da medicina experimental.

Ano: 1.ª Edição de 1973

Editora: Três

Páginas: 416

Observações: Livro com defeito na parte inferior (corte na capa), não afeta a leitura. Páginas ligeiramente amareladas pela ação do tempo.